Teatro épico

1306 palavras 6 páginas
O teatro épico pretende representar o mundo e o homem em constante evolução, de acordo com as relações sociais. Esta perspectiva marxista obriga a uma nova atitude face às peças antigas, a uma nova concepção de utilização do texto, da música, dos adereços e do novo tipo de jogo que se designou por “distanciação”.
A oposição entre teatro “tradicional”, “clássico” ou “aristotélico” e o “moderno”, “épico” ou “brechtiano” dá-se, não quanto aos meios utilizados que o próprio Brecht reconhece serem semelhantes, mas em relação aos fins que pretendem atingir.
Foi Brecht que elaborou uma tabela comparativa das duas formas teatrais, precisando que se trata não de oposições absolutas, mas de maneiras diversas de encarar um mesmo aspecto.
Assim:
Um teatro de forma dramática | Um teatro de forma épica | ActivoFaz participar o espectador numa acção cénicaConsome-lhe a actividadeProporciona-lhe sentimentosVivênciaO espectador é imiscuído em qualquer coisaSugestãoAs sensações são conservadas como talO espectador está no centro, comparticipa dos acontecimentosParte-se do princípio de que o homem é algo já conhecidoO homem é imutávelTensão em virtude do desenlaceUma cena em função da outraProgressãoAcontecer rectilíneoObrigatoriedade de uma evoluçãoO homem como algo fixoO pensamento determina o ser | NarrativoTorna o espectador uma testemunha MasDesperta-lhe a actividadeExige-lhe decisõesMundividênciaÉ posto perante qualquer coisaArgumentoAs sensações são elevadas ao nível do conhecimentoO espectador está defronte, analisaO homem é objecto de uma análiseO homem é susceptível de ser modificado e de modificarTensão em virtude do decurso da acçãoCada cena em si e por siConstrução articuladaCurvilíneoSaltosO homem como realidade em processoO ser social determina o pensamento |

“Felizmente Há Luar!”, de Sttau Monteiro, é um drama narrativo, de carácter social, dentro dos princípios do teatro épico. Na linha do teatro de Brecht, exprime a revolta contra o poder e a convicção

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