Teatro político e épico
As conduções sociais e políticas ocorridas em seu tempo farão com que o século XX se configure para a história do teatro mundial como um retábulo temporal por excelência daquilo que se firmará como as grandes revoluções do palco contemporâneo tanto quanto seu contexto técnico como estético dentro do mundo ocidental.
Na cena alemã, Erwin Piscator (1893 – 1966) se destaca como um dos maiores provocadores da chamada reforma teatral. Piscator, que também atuou como ator, tem, sem dúvida, uma atuação reconhecidamente maior como encenador. Seu trabalho de criação não foi amplamente produzido de modo a criar e publicar uma escrita teórica, o que não permitiu a fixação das suas experimentações em uma totalidade. Entretanto, duas publicações de Piscator são referências para a produção da cena teatral alemã e condutora da cena teatral moderna. Das Politische Teather (Teatro Político) foi publicado, em 1929, coincidindo com a ascensão dos ditames hitleristas, o que elevou o teor de militância política de Piscator e consequentemente, sua posição como antagonista na vida política alemã. E a obra Schriften, ( escritos), que foi publicado após a morte de Piscator, em 1968.
A determinação de Piscator era por um teatro de experimentação, um teatro prático. Antes mesmo de ser um homem de teatro, Piscator era cidadão alemão e preocupado com as questões sociais e com os rumos políticos que se apresentavam. Ele era testemunha e conhecedor dessa realidades e tinha um profundo desejo de mudá-la, o que se tornou um motor gerador de sua pesquisa por um teatro multifacetado que servisse como ferramenta, como “arma” contra a realidade político-social que tanto o desagradava. Esse teatro é o Teatro Político.
Um teatro com o cerne político visando abandonar, na cena teatral, qualquer traço do individualismo do “expressionismo” ou sua visão irracional, burguesa e, na visão de Piscator, reacionária.
Seu Teatro Político e engajado lutava por uma forma