Relação entre dramaturgia não aristotélica e teatro épico
Em relação a este tema, é bastante conhecida por nós, a tabela comparativa entre drama (chamado também de “teatro aristotélico”) e o teatro épico elaborado por Brecht, na qual vão sintetizadas as principais alterações imprimidas à forma do drama para se chegar à épica. Essa dissertação tem como objetivo, relacionar o que chamamos de dramaturgia Não Aristotélica e o Teatro Épico.
O que se destaca no teatro aristotélico é a catarse, a empatia, a busca de uma relação que procura captar o subconsciente do espectador. Esta escola teatral fazia com que a platéia vestisse a “roupa” das personagens, envolvendo-se na trama dramática de forma inteiramente emotiva e sentimental. Este contexto, sem qualquer possibilidade de reflexão crítica, incomodou após certo tempo os encenadores modernos que estavam ávidos de um teatro provocante, questionador e que possibilitasse uma ação lógica por parte dos espectadores. Portanto, era necessário encontrar um mecanismo que libertasse a manifestação teatral da “prisão” catarquica criada por Aristóteles na antiguidade.
Primeiramente, a dramaturgia não-aristotélica se posiciona de modos diferentes em relação aos conceitos de mímesis e catarse. “Ela se esforça em ensinar ao seu espectador um comportamento prático bem preciso, cuja finalidade é a transformação do mundo”1.
No teatro não-aristotélico, cabe ao espectador (que é colocado assim), assumir uma postura crítica e controladora. Isso é semelhante no teatro épico, na medida em que neste, não se permitia de modo algum entregar-se sem qualquer crítica aos acontecimentos, por meio da identificação com os personagens.
“A representação submetia os assuntos e ocorrências a um processo de distanciamento, que é necessário para que a pessoa possa compreender”2.
Uma questão a ser analisada também, é até que ponto o teatro é diversão e até que ponto, pedagógico. Bom, se as realizações miméticas provocam certa alegria e isso indica o