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Augusto Farias dos Santos*
Patrícia Claudia Modesto**
1. INTRODUÇÃO A desnutrição em indivíduos com câncer é muito frequente. Diversos fatores estão envolvidos no desenvolvimento deste quadro, particularmente aqueles relacionados com a doença, como redução do apetite e da ingestão de alimentos, dificuldades mecânicas para mastigar e deglutir, alterações metabólicas provocadas pelo tumor e aumento da demanda nutricional causada pelo mesmo, além disso, ainda temos os efeitos colaterais do tratamento (radioterapia, quimioterapia, cirurgia e imunoterapia) e o jejum prolongado para exames pré ou pós-operatórios. Todos estes fatores podem ser agravados por condição socioeconômica precária e hábitos alimentares inadequados.1,2
A prevalência de desnutrição pode variar entre 30% e 80%, dependendo do tipo do tumor, sendo grave (em geral quando há perda de peso habitual maior do que 10% em seis meses) em 15% dos doentes. Frequentemente, a perda de peso não intencional é o primeiro sintoma e precede o diagnóstico.3,4
A terapia nutricional (TN) no paciente oncológico objetiva a prevenção ou reversão do declínio do estado nutricional, bem como busca evitar a progressão da desnutrição para um quadro de caquexia, garantindo assim melhor qualidade de vida para o paciente. A indicação da TN deve seguir critérios que visem a individualidade do paciente, condição clínica, o estado nutricional, proposta terapêutica e a função gastrointestinal. 3,4
* Farmacêutico. Discente do Curso de Especialização em Oncologia Multiprofissional do Instituto de Ensino e Pesquisa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
** Nutricionista Clínica do Hospital Israelita Albert Einstein. Especialista em Oncologia Multiprofissional do Instituto de Ensino e Pesquisa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Especialista em Nutrição Clínica