Rede urbana e a territorialidade dos complexos agroindustriais
RESUMO
Este trabalho aborda a industrialização enquanto fator de reorganização da produção por todo o território nacional, tendo como objeto de análise os complexos agroindustriais, a fim de pensar a industrialização enquanto processo dotado de territorialidade, configurando arranjos produtivos, que ocorre concomitantemente ao processo de urbanização desde início do século XX. Com isso, busca relacionar a atuação da indústria no campo com o urbano, articulando e reestruturando a produção, fluxos e mão-de-obra através de uma rede de cidades, analisando o papel e influência da indústria no espaço construído das cidades e o agronegócio enquanto realização do processo de urbanização do espaço a nível nacional.
Palavras-chave: agronegócio, indústria sucroalcooleira, cidade-campo, urbanização, reestruturação produtiva, arranjos produtivos.
INTRODUÇÃO
O agronegócio se constitui em importante braço do desenvolvimento do interior brasileiro. Devido ao seu caráter urbano e aliado à produção agroindustrial, articula várias cidades e estruturas produtivas, extrapolando dimensões metropolitanas, redefinindo e até mesmo suprimindo as relações dicotômicas clássicas entre cidade e campo, urbano e rural. Uma vez redefinida a lógica de produção industrial, tal mudança redesenhou e reconfigurou os limites da tradicional relação cidade-campo, tendo em vista as recentes configurações econômicas e financeiras de um mercado que transpõe os limites regionais, considerando uma região que exporta uma produção específica.
A agroindústria sucroalcooleira teve importante papel no processo de urbanização brasileiro. Tal produção se destaca correspondendo a uma das mais importantes do setor agrícola, responsável pela produção de açúcar para exportação e produção de álcool combustível para abastecimento da frota nacional de veículos. O litoral nordestino, da Bahia até Rio Grande do Norte, e a