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INTRODUÇÃO – EXÓRDIO (Capítulo I)
O exórdio é uma parte do discurso de grande importância porque é o primeiro passo para captar a atenção e benevolência dos ouvintes. O orador deverá ser sensível ao auditório que tem à sua frente e desenvolver o seu discurso tendo em conta as suas características.
Parte do conceito predicável:
Vos sois o sal da terra
Retirado da Sagrada Escritura
Em muitos casos, o exórdio pode funcionar como um “mini-sermão”, que é o que acontece neste caso. O tema é apresentado, desenvolvido e é dada uma possível solução.
Assim, sob a forma de esquema, temos:
Estabelecendo um paralelismo entre o sal e os pregadores, verifica-se que estes deverão ter as mesmas propriedades:
«Não é tudo isto verdade? Ainda mal.»
Apesar de haver muitos pregadores, a terra continua a estar corrompida, pelo que se torna imperativo descobrir a causa de haver tanta corrupção. No esquema que se segue, verifica-se que Vieira ora coloca a culpa nos pregadores, ora considera que os ouvintes são os responsáveis, não desculpabilizando ninguém:
Para captar a atenção dos ouvintes, o orador socorre-se de vários artifícios: para atingir a inteligência dos ouvintes, utiliza argumentos lógicos e sucessivas interrogações retóricas («…qual pode ser a causa desta corrupção?» e «Não é tudo isto verdade?»); para atingir o coração do auditório, as interjeições e exclamações são a forma que ele encontrou mais adequada.
«nas festas dos Santos, é melhor pregar como eles que pregar deles»
Vieira veste a roupagem de Santo António e, à semelhança deste, dirige-se aos peixes, uma vez que os homens do
Maranhão fechavam os ouvidos à doutrina.
É uma critica que nos diz que o mal não só está do lado dos homens que não ouvem como, e sobretudo, dos pregadores que não pregam a verdadeira doutrina.
De uma forma irónica incita todos aqueles que não querem ouvir a verdade aabandonar o senão «pois não é