tales de mileto
O princípio lógico fundamental é o princípio da identidade: tudo é idêntico a si mesmo. Em fórmula, A é A. Por exemplo, podemos dizer a árvore é árvore. Este princípio é por demais evidentes por sua elementaridade tautológica e assusta que tenha que ser formulado. Contudo, a ele se articulam dois outros princípios tidos como a base da lógica clássica e, por extensão, do “bom raciocínio”: o principio da não-contradição e o princípio do terceiro-excluído. O primeiro deles, como o nome indica, afirma que não deve existir contradição no raciocínio: A não é não-A, e a árvore não é não-árvore. O princípio da não-contradição é, de certa maneira, a forma negativa do princípio da identidade, ou seja, afirma que algo não pode ser e não ser ele mesmo. O segundo deles, o princípio do terceiro-excluído, pode ser visto como a forma disjuntiva do princípio da identidade: uma coisa é ou não é. Entre essas duas possibilidades contraditórias não há possibilidade de uma terceira que, assim, fica excluída. Formalmente, é assim expresso: A é B ou A não é B; como exemplo podemos, alimentados deste princípio, dizer que ou aquilo é árvore ou não é árvore.
Esses princípios possuem um caráter conjuntista (cf. CASTORIADIS, 1982, 1987, 1988 e 1992) do qual não nos ocuparemos agora. Pretendemos, por outro lado, analisar mais detidamente a articulação dos três princípios mencionados (identidade, não-contradição e terceiro-excluído) no âmbito da lógica clássica.