A síndrome de Cândido é baseada na obra de Voltaire de mesmo nome, em que o personagem Dr. Panglois é um sábio confiante e otimista em relação às condições enfrentadas pelos jovens no seu cotidiano. E o que atualmente vem se destacando é uma corrente de pensadores esperançosos nas boas novas para o homem que nos trariam o progresso das tecnologias de informação. Temos Pierre Levy, que acredita que a tecnologia exige uma filosofia prática ao invés de crítica; o que vale é a correção dos erros, e não a denúncia deles, e Richard Barbrook (ideologia californiana), que já diz que o ciberespaço seria o cenário involuntário de uma revolução social, onde a economia baseada na livre troca se superpõe à troca mercantil e ao espírito empresarial. Através da Internet, o fetichismo da mercadoria vai pouco a pouco perdendo a força, privando a nova classe de seu poder político e econômico, já que cada um é livre para interagir segundo a sua vontade e levando em conta uma nova ideia de comunidade. As tecnologias de comunicação "longe de se adequarem apenas a um uso instrumental e calculável, são importantes fontes de imaginação, entidades que participam plenamente da instituição de mundos percebidos". Ou seja, a comunicação humana recria, caso a caso, o contexto da informação que está sendo transmitida, conferindo-lhe novos significados. A subjetividade está profundamente implicada em agenciamentos tecnológicos. "A simulação toma o lugar da teoria." O sentido é menos relevante do que a eficácia. O fato, contudo, "não indica necessariamente a ausência de alma". Segundo Levy, o aparecimento de uma inteligência coletiva significa a reativação de formas de saber que estavam em segundo plano. A crescente e acelerada conexão das pessoas à rede cria uma nova forma de relação universal, que integra a todos pela via da interação generalizada. Trata-se de "um universal que não totaliza mais pelo sentido, conectando pelo contado”. Contudo, precisamos levar em conta que a