Surdez
Cientificamente, as praticas discursivas sobre a surdez, ante praticamente exclusivas da área da medicina e da fonoaudiologia, tem sido deslocadas para as áreas da educação, da linguística, da antropologia e da sociologia.
A surdez como deficiência pertence a uma narrativa assimétrica de poder e saber; uma “invenção/produção” do grupo hegemônico que, em termos sociais, históricos e políticos, nada tem a ver com a forma como o grupo se vê ou se representa. No discurso predominante, ignora-se completamente a fato de que as alteridades as quais se referem como deficientes são cidadãos e sujeitos políticos que e articulam e fazem parte de movimentos sociais e militâncias. São homens ou mulheres marcados por suas orientações sexuais, religiosas, étnicas, de gênero, classe e idade. Infelizmente, na nossa sociedade, o aspecto cultural da surdez é ainda mais difícil de ser aceito quando os discursos recaem e se fixam exclusivamente no fenômeno físico.
O discurso médico tem muito mais força e prestigio do que o discurso da diversidade, do reconhecimento linguístico e cultural das minorias surdas. A surdez é construída na perspectiva do déficit, da falta, da anormalidade. O normal é ouvir, o que diverge desse padrão deve ser corrigido, normalizado. Nesse processo normalizador, abrem-se espaços para e estigmatização e para a construção de preconceitos sociais.
Os fatores hereditários da surdez foram alvos de especulações de muitos cientistas. Nos EUA, onde