Surdez Neurossensorial

A surdez pode ser: condutora - resulta de anomalias do ouvido externo e/ou dos ossículos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo); neurossensorial - resulta de malformações das estruturas internas do ouvido (i.e. cóclea); mista - resulta da combinação da surdez condutora e neurossensorial; disfunção auditiva central - resulta de um estrago ou danificação ao nível do oitavo nervo craniano (n. auditivo) ou cortex cerebral.

sindrómica - associada a malformações do ouvido externo ou doutros órgãos ou com problemas médicos que envolvem outros sistemas de órgãos; não sindrómica - não são visíveis anomalias do ouvido externo ou problemas médicos associados.

prélingual - está presente antes da fala se desenvolver (toda a surdez congenital é prélingual, mas nem toda a prélingual é congenital); póslingual - ocorre depois da fala se desenvolver.

Pode ser de causa não genética (infeções pré-natais - rubela, herpes - ou pós-natais - meningite bacteriana) ou genética (autossomica dominante, autossómica recessiva, ligada ao cromossoma X recessiva ou de transmissão mitocondrial)

Caso clínico:
CX, 10 anos, sexo feminino
Os pais vão com a criança ao pediatra, muito preocupados porque:
-não reage, muitas vezes, ao seu chamamento ou a certos sons, como o do telefone e o da campainha;
-aproxima-se muito da televisão (quando estão em família na sala) e aumenta o seu volume (quando está sozinha a ver televisão);
-fala muito alto, principalmente em locais com barulho de fundo (como restaurantes);
-tem tido grandes dificuldades de aprendizagem na escola (apesar de nunca ter sido uma aluna excelente, com a passagem para o 5º ano tem revelado muitas dificuldades), assim como na fala (apesar de ter tido sempre dificuldades de fala, principalmente nos -r e -s, a diretora de turma alertou os pais que estas dificuldades de fala já não são muito normais).

O médico faz primeiramente uma avaliação física - otoscopia (exame visual directo do canal auditivo