Superação da fragmentação do trabalho pedagógico: realidade ou utopia?
O trabalho pedagógico vem sendo constantemente vilipendiado, fragmentado e desvalorizado no tocante ao modelo tradicional da escola capitalista a qual contribui de forma significativa para a supervalorização do capital, pois como afirma Marx (1978, p. 23 apud KUENZER, 2002, p. 49), “no processo capitalista de produção, o processo de trabalho se manifesta como meio; o processo de valorização, ou a produção de mais-valia, como fim”.
No entanto tal fragmentação no trabalho pedagógico pode ser superada, primeiramente, entendendo que esta não é uma questão apenas técnica que pode ser equacionada de acordo com outras formas de organização do trabalho – a exemplo do taylorismo/fordismo, mas com o desenvolvimento e o aprimoramento de competências que devem ser inerentes e de suma importância para o aprimoramento do trabalho e da participação social, sob a supremacia do capital, uma vez que dada as inovações nos afazeres do pedagogo, atualmente, há a necessidade de que neste seja desenvolvida a capacidade de automação, sem a imobilização de suas energias intelectuais e criativas.
Porém, o que acontece na realidade é que há a distribuição desigual do conhecimento científico e do saber prático, inclusive no ambiente escolar, o qual tem se colocado como um espaço onde se materializa a divisão do trabalho pedagógico, pois se percebe constantemente a dicotomia entre o saber teórico e a prática cotidiana; sabendo-se que a união dessas duas vertentes podem e devem levar a escola ao aperfeiçoamento de suas práticas pedagógicas associando-as ao dia a dia dos seus discentes e dos seus colaboradores.
Ademais, todas as realidades presentes no cotidiano do trabalho pedagógico só podem efetivamente ser modificadas a partir do momento em que também a sociedade passar por um processo de transformação sociocultural, superando a contradição existente entre a propriedade dos meios de produção e a força de trabalho,