Sus includente ou excludente?
FORMA DE DUALIDADE ESTRUTURAL QUE OBJETIVA AS NOVAS
RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO E TRABALHO.
Acacia Zeneida Kuenzer 1
1. INTRODUÇÃO
A partir do conceito de princípio educativo em Gramsci, temos buscado, ao longo destes 20 anos, pesquisar as mudanças que têm ocorrido na relação entre educação e trabalho, tomando por base as categorias de análise que a constituem. Temos mostrado, a partir de pesquisas de campo e da análise das políticas públicas, que o regime de acumulação que tem sido chamado de acumulação flexível, ao aprofundar as diferenças de classe, aprofunda a dualidade estrutural, como expressão cada vez mais contemporânea, da polarização das competências; e, a partir desta constatação, temos buscado compreender o novo papel atribuído ao Estado Neoliberal relativo à educação nas suas relações com o trabalho, bem como o impacto destas mudanças nas categorias conteúdo, método, espaços, atores e formas de controle. E, através deste trabalho de investigação, delinear o que seja esta nova pedagogia em curso, através de sua confrontação com as pedagogias taylorista/fordista e socialista. Este texto propõe-se a sintetizar algumas das conclusões a que chegamos com estes estudos, a partir do entendimento que são sempre parciais e provisórias, demandando novos esforços de investigação.
Antes de prosseguir, é importante que se destaque uma preocupação que tem estado presente em nossos estudos: a facilidade com que a pedagogia toyotista se apropria, sempre do ponto de vista do capital, de concepções que têm sido elaboradas
no âmbito da
pedagogia socialista, estabelecendo-se uma tal ambiguidade nos discursos e nas práticas que tem levado muitos a imaginar que, a partir das novas demandas do capital no regime de acumulação flexível, as políticas e propostas pedagógicas de fato passaram a contemplar os interesses dos que vivem do trabalho, do ponto de vista da democratização. Assim é que
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