subjetividade
Para Alain Touraine (2006) o processo de subjetivação é “a construção, por parte do indivíduo ou do grupo, de si mesmo como sujeito” (p. 166). Essa seria uma das marcas da sociedade contemporânea. Como argumenta, não podemos dizer que vivemos em um mundo de sujeitos, porém essa tendência está presente, mesmo que de forma latente, imersa na vida ordinária, na rotina das instituições convencionais, no entorpecimento das práticas cotidianas, submetida por poderes que negam a sua liberdade de se auto-construir e, assim, construir a sociedade. Para Touraine, a subjetivação pode ocorrer no contato com outros sujeitos, como nos Novos Movimentos Sociais, nas intervenções de mediadores, práticas educativas, etc..
Touraine afirma que a sociedade está mudando diante da decomposição dos sistemas e instituições sociais, que moldavam/pressionavam os indivíduos, seus papéis e delimitações. Nesse novo contexto, a esfera cultural ganha proeminência. Como afirma, “é precisamente no momento em que se impõe a figura cultural da sociedade, quando se observa a grande oscilação da ação e da representação do mundo exterior para o mundo interior, do sistema social para o ator pessoal ou coletivo, que aparece a idéia de sujeito como o ideal do ator” (p. 125).
Assim, os indivíduos passam a repensar sua relação com o mundo, seus papéis, e assumir uma postura criativa frente à realidade social, atribuindo um sentido para suas vidas. Essa formação se dá na “vontade de escapar às forças, às regras, aos poderes que nos impedem de sermos nós mesmos” (p. 119)
Nesse sentido, a subjetivação se daria na busca por escapar à pressão de comunidades autoritárias, por um lado, e à fragmentação do “eu”, na lógica da racionalidade instrumental, na busca pela satisfação dos desejos