Subjetividade
“’Especialistas da subjetividade’: mediadores na família e na escola”
Maíra Muhringer Volpe Doutoranda do Programa de Pós-graduação do Departamento de Sociologia Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) Universidade de São Paulo
1 Na reflexão ora apresentada pretende-se recuperar a elaboração da noção de “especialista da subjetividade” realizada em minha dissertação de Mestrado e, de maneira breve, os resultados dessa análise.1 Tal noção foi criada para abarcar um grupo de profissionais, cujas formações acadêmicas são distintas (na Psicologia, na Medicina, na Filosofia e na Educação), porém, eles possuem uma atuação na sociedade semelhante. São profissionais que escrevem livros, artigos em jornais e revistas, possuem programas de rádio e televisão, páginas pessoais e blogs na Internet, participam de “bate-papos” online, bem como dão assessorias e ministram palestras em escolas e empresas. De maneira resumida, suas falas e escritos circulam em diferentes meios de comunicação e no mercado de palestras e assessorias e buscam responder à demanda dos pais e professores sobre como educar, com dicas, orientações e conselhos, tentando portanto solucionar o que é vivido pelos educadores como conflituoso e sem sentido na relação com os filhos e alunos. Alguns escritos retirados das produções de três “especialistas da subjetividade” – da psicóloga Rosely Sayão, do psiquiatra Içami Tiba e da filósofa e mestre em Educação Tania Zagury – constituíram o material empírico trabalhado nesta reflexão 2 As falas e escritos desses profissionais são enunciados do que se chamou na pesquisa de Mestrado de “discurso dos especialistas da
1 O objetivo principal perseguido em minha dissertação de Mestrado – que se chamou “S.O.S. Família e Escola: um estudo sobre a mediação dos ‘especialistas da subjetividade’ no processo educativo” –