Stigmata
O filme Stigmata, no meu entendimento, pode ser abordado por duas linhas mestras paralelas: uma religiosa e outra psicológica. A primeira me parece ser a idéia do diretor, a outra será uma interpretação pessoal baseada na psicologia analítica de C. G. Jung. O filme parte de um fato verídico, ele se baseia na descoberta do 'Evangelho de Tomé', e cria uma história de ficção em cima dele. Como um segundo tópico religioso encontramos no filme os estigmas de Cristo e os estigmatizados, talvez para o diretor seja o ponto principal, pois coloca o título do filme de "Stigmata". Seguindo no filme a linha religiosa, ele apresenta alguns assuntos secundários: as dúvidas e incertezas do padre Andrew Kiernan entre ciência e religião; os métodos pouco ortodoxos da Igreja Católica Apostólica Romana em manter seu status; os conflitos de Frankie Paige que levava uma vida mundana sem se preocupar com o religioso e o tema da possessão de um ser humano por uma alma desencarnada. É claro que não vou considerar nenhum aspecto técnico do filme, nem algumas incorreções históricas e geográficas. O filme comete alguns erros: língua aramaica no lugar da copta, Mar Morto no lugar de Egito, frases que não estão no "Evangelho segundo Tomé, o Dídimo" e algumas datas.
Vejo a análise de filmes como se fosse a de um sonho, ou seja, o sonho está centrado no indivíduo e serve para o indivíduo. O diretor faz o filme para si, assim como um músico faz a música para ele mesmo, é o seu momento. É claro que depois de pronta, a obra de arte tocará outras pessoas que projetam seus conteúdos psicológicos nessa obra. Mas podemos ver o filme como um 'conto de fadas', ou seja é uma história que pertence ao coletivo e foi 'colhida' pelo autor no 'inconsciente coletivo'. É claro que vamos colocar conteúdos individuais por cima dos conteúdos pessoais do diretor, por isso uma análise nunca é isenta de 'projeções'. O importante no final é que conteúdos psicológicos de diversas pessoas podem ser