Psicologia aplicada ao direito
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora acometa indivíduos vulneráveis em todas as classes sociais, e nos bairros pobres que ela se torna epidêmica. A prevalência varia de cidade para cidade, e de um país para outro, a epidemia começa nos grandes centros e se dissemina pelo interior. É bom ressaltar, porém, que os fatores genéticos não condicionam o comportamento futuro: o impacto do meio ambiente é decisivo. As estratégias que as sociedades adotam para combater a violência flutuam ao sabor das emoções; o conhecimento científico raramente é levado em consideração.
Parte I - Raízes Orgânicas da Violência
Características físicas e índole criminosa
A explicação para o atraso no desenvolvimento de técnicas eficazes para tratar a violência está nos erros do passado. No século XVIII, um anatomista austríaco chamado Franz Gall desenvolveu uma teoria em torno da seguinte idéia: a maioria das características humanas, inclusive o comportamento anti-social seria regulada por regiões específicas do cérebro. Cada comportamento estaria sob o comando de um centro cerebral especifico. Quanto mas robusto fosse o centro mais intenso seria a expressão do comportamento controlado por ele. Essa teoria ganhou o nome de FRENOLOGIA.
Com o tempo, a frenologia caiu em descrédito, mas a tentação de identificar a aptidão para o crime por meio de características físicas persistiu.
Cem anos depois da frenologia, um italiano especialista em antropologia criminal chamado Cesare Lombroso que criou uma nova doutrina.
Tais características constituiriam os "stigmata". De acordo com Lombroso, os tipos humanos com testa achatada e assimetria nos ossos da face, por exemplo, seriam criminosos potenciais. Quem tivesse esses traços era classificado como tipo lombrosiano e visto com extrema desconfiança nos tribunais.
Lobotomia e controle medicamentoso da agressividade
Em 1949, Egas Muniz, neurocirurgião português, ganhou o prêmio