Sophie Germain era filha de um comerciante que, embora financeiramente bem sucedido, não pertencia à aristocracia. Ainda adolescente, pesquisando a biblioteca de seu pai, encontrou o livro História da Matemática. O livro continha a enorme relação das descobertas de Arquimedes. Imediatamente, pôs-se a estudar a teoria básica de números, cálculos e os trabalhos de Euler e Isaac Newton. Confinada em casa, ela passava os dias na biblioteca do pai, mas os números ainda não eram para moças ou meninas como Sophie, que foi desestimulada pela sociedade a fazer o que queria. A jovem passou então a estudar às escondidas, quando todos em sua casa dormiam. Ela foi descoberta e seus pais passaram a esconder suas roupas e cortar as fontes de calor e luz da casa para que a moça não saísse da cama e passasse suas noites debruçada sobre os livros. Mas depois conseguiu conquistar o apoio de seus pais. Nunca se casou, tendo tido sua carreira de pesquisadora financiada por seu pai. Em 1794 foi fundada a Escola Politécnica de Paris, uma academia de excelência para a formação de matemáticos e cientistas de toda a nação, reservada exclusivamente para homens. Sem coragem para se propor ao conselho acadêmico, assumiu a identidade de um antigo aluno da academia, Antoine-August Le Blanc. A administração acadêmica não sabia que o verdadeiro Le Blanc tinha deixado Paris e continuou imprimindo e enviando suas lições, que ela interceptava, apresentando, semanalmente, suas respostas aos problemas sob seu pseudônimo. Dois meses depois, o supervisor do curso, Joseph-Louis Lagrange, surpreso pela transformação notável de um aluno medíocre, que agora apresentava soluções engenhosas aos mais variados problemas, requisitou um encontro com o aluno aparentemente reabilitado. Germain foi forçada a revelar sua identidade. Lagrange tornou-se seu mentor e amigo. Finalmente havia um professor que podia inspirá-la e com quem podia falar sobre suas ambições. Aos vinte anos, interessada pela teoria dos