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O emprego das lamas bentoníticas, de uso difundido na tecnologia das perfurações petrolíferas, no setor das estacas, passou a ser não só aceito sem qualquer restrição, como é, em alguns casos, insubstituível.
A lama bentonítica é constituída fundamentalmente de água e bentonita.
A bentonita é rocha vulcânica, constituída de "montmorilonita", cuja fórmula química é: (MgCa) O AI203 550 5Si) 2nH20.
Trata-se de material tixotrópico: em dispersão muda seu estado físico por efeito de agitação, ou seja, em repouso é gelatinosa com ação anti-infíltrante e, quando agitada, fluidifíca.
O efeito estabilizante destas lamas é eficaz quando se realizam as seguintes condições:
a) que a pressão hidrostática da lama no interior da escavação seja superior à exercida externamente pelo lençol;
b) que a granulometria do terreno seja tal que possa impedir a dispersão da lama.
De fato, não respeitadas estas condições, a água do lençol entrando na escavação arrastaria consigo as partículas sólidas, determinando o desmoronamento das paredes.
A lama bentonítica, se aplicada corretamente, oferece a vantagem de reduzir ao mínimo as alterações do terreno vizinho ao furo no curso da perfuração em decorrência da continuidade da ação estabilizante.
A coluna de lama exerce, portanto, sobre as paredes do furo, através da película (cake), uma pressão que impede o desmoronamento, tornando possível assim, com o emprego da bentonita, a execução de perfurações, sem aplicação de revestimento.
Pode-se ainda, como demonstrado por experiências de campo e de laboratório, considerar plena mobilização do atrito lateral entre estaca e terreno. De fato, a hipótese de que o uso de lama pudesse reduzir o atrito lateral e, portanto, a redução da capacidade de carga da estaca, foi totalmente afastada.
Na realidade, o comportamento é totalmente oposto já que a película de lama aderida na parede do furo se mistura com o cimento do concreto, constituindo uma região