sociorraciais
Quarenta especialistas em saúde, representantes de governo, redes e outras organizações da sociedade civil se reuniram na última terça-feira (22) no auditório do IPEA, em Brasília, para discutir e validar estudos feitos em 2010 sobre as desigualdades sociorraciais na efetivação dos direitos reprodutivos e de saúde de mulheres adolescentes, adultas e jovens.
Durante o encontro, promovido pelo Fundo de População das Nações Unidas, UNFPA, e pela ONU Mulheres, foram apresentados três estudos realizados no âmbito do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia e do Programa Regional de Incorporação das Dimensões de Gênero, Raça e Etnia nos Programas de Combate à Pobreza no Brasil, Bolívia, Guatemala e Paraguai.
Raquel Souza, professora da Universidade Federal da Bahia no Instituto Multidisciplinar em Saúde, campus Anísio Teixeira (Vitoria da Conquista/BA), apresentou seu trabalho sobre as barreiras e desigualdades socioraciais no acesso aos serviços de saúde e às ações de saúde da mulher, com foco nas ações relacionadas à promoção e atenção em saúde sexual e reprodutiva dirigidas à mulheres adultas, adolescentes e jovens. Segundo ela, a principal contribuição do estudo, que é uma revisão bibliográfica sobre o tema no período de 1995 a 2009, foi “mostrar que existe uma lacuna, uma barreira que invisibiliza os problemas resultantes do racismo e sexismo no cotidiano dos serviços de saúde, por conta das limitações das metodologias de análise aplicadas atualmente”.
Como resultado da compilação dos diversos artigos, a autora destaca que para promover o acesso de todas as mulheres em idade reprodutiva aos serviços, às ações em saúde, às informações e aos insumos, é preciso considerar variáveis de natureza demográfica, socioeconômica, cultural e epidemiológica. Embora a saúde e a doença não sejam explicadas unicamente pela utilização dos