Sob o Signo de Cam

496 palavras 2 páginas
Sob o Signo de Cam Um século e duas décadas nos separam da “abolição” e ainda assim o preconceito racial está impregnado na nossa sociedade, sofrendo o efeito de uma colonização mesquinha que preocupou-se com exaltação de branco, o colonizador, e marginalizou o nosso principal elemento, o índio, e ainda em maior proporção, os negros, que eram tratados de maneira cruel e desumana sob regimes autoritários que mesmo em tempos ditos “modernos” influenciam a maneira de como são enxergados os descendentes africanos que um dos principais elementos que fundiu-se para originar o nosso miscigenado povo. Numa época em que a igreja católica era ainda muito respeitada e que era “sócia” do Estado, uma justificativa bíblica era o meio mais viável para argumentar os “erros” da mesma, justificativa essa encontrada em gênesis. 9,18-27, praga rogada por Noé - Maldita seja Canaã, filho de Cam -. A história registrou várias interpretações preconceituosas deste mito bíblico. E assim firma-se um preconceito “sagrado” que provém de um evento remoto, talvez até irreal, e que transforma irreversivelmente a vida daqueles que possuem cor escura, assim como sugere o termo Cam, que significa trigueiro ou queimado do sol. Argumento esse que alterara a forma como os negros são, até hoje, vistos e tratados, marginalizado pelas diversas interpretações da frase Maldita seja Canaã, filho de Cam. Esse argumento, ainda, nos dias atuais é utilizado por alguns membros de companhias religiosas, ou não, para justificar de forma distorcida o seu preconceito. Alfredo Bosi em seu texto Sob o signo de Cam faz uma análise da poesia condoreira de Castro Alves, Vozes d´África e Navio Negreiro, argumentando a teologia racista que esteve na base do processo de colonização apoiado numa trascrisão bíblico. Essa era a visão dos brancos-colonizadores que, ancorados na maldição de Noé sobre os descendentes de Cam, associam os negros à escravidão, à improdutividade e à inferioridade. Uma

Relacionados

  • A tecnica do filme são jerônimo, de júlio bressane, segundo um desenho do tempo
    44707 palavras | 179 páginas
  • Cartografia na educaçao basica
    858 palavras | 4 páginas
  • PRODUÇÃO SOCIAL DA IDENTIDADE E A PEDAGOGIA DA DIFERENÇA
    2571 palavras | 11 páginas
  • Processo de comunicação
    1942 palavras | 8 páginas
  • Trabalho gerber
    926 palavras | 4 páginas
  • resumooo
    47215 palavras | 189 páginas
  • O Ato Fotográfico - Pragmática do índice e efeitos de ausência.
    17711 palavras | 71 páginas
  • cultura e razão prática texto
    37644 palavras | 151 páginas
  • Mídia e Preconceito
    25451 palavras | 102 páginas
  • Senhor
    19665 palavras | 79 páginas