cultura e razão prática texto
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Cultlira e ratâo pratjca
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a antropologia aceitou a especificidade do "primitivo" como sua ta refa acadêmica, embo ra isso pudesse sig nificar uma amputaçao da sua per linência pelo menas tao drastica quanta a rclativizaçào d o materialismo hist6 ri co, 1èntei di scu tir ag ui a plaus ibilidade do ponto d e vista "duas sociedade - duas ciências': lv/as SOnlcnte para II cga- lo cm U11/ capitulo posterior como uma espéc ie de falsa consciéncia: uma traduçao de integ raçôes diferentes de c6digo e praxis em uma di stinçao radica l na natureza das saciedad es, como se uma nao conhecesse ncnhum axioma canceptuaI. da mesma forma que a outra nao conhece nenhu ma conseqüência prât ica.
Acho que isso é "falsa consciència': porque a disti nçao de saida Iegit im a 0 modo de aparênc ia da sociedade ocidental como sua verdadeira explicaçao. A derivaçao da organizaçâo a partir da atividad e pratica e da consciência a partir das relaçôes entre pessoas ignora a qualidade si mb6lica ordenada das nossas pr6prias instituiç6es. Mas se por urn lado se conclui que a determinaçao da consc iência pela ser social, coma é geralmente en tendida, precisa de alguma reava liaçao, pOl' o utro lad o se conclui tamb ém que ela continua, exatam ente com o é, a rnelhor exp li caçao d a ciência social ocidental. Pois muito dessa ciência é a autoconcepçao do capitalismo. o verdadeiro problema para 0 marxismo e para a antropologia se localiza na relaçao entre a p raxis e a ordem simb6lica. E esse é um prob lem a m ais bem explicado a pa rtir da h ist6ria da pr6pria antropologia - exatamente porque a hist6ria da antropologia é um coroIar io permanente da contradiçao da sua existência camo uma ciência ' ociden tal das outras cultu ras. A contrad içao é uma co ndiçao original: uma ciência do homem patrocinada par um a socied ade qu e, tal como as outras, se definiu exclusivamente a si pr6p ria como humanidade e a sua p r6p ria ordem coma cultura. Apesa r d e tudo, acredito que