Sistemas de inovacao tecnologicas
Eduardo da l\/lotta e Albuquerque*
Este artigo discute a relação entre a infra-estrutura científica e o sistema de inovação brasileiro, Na periferia, sugere-se que a infra-estrutura científica possa ter um papel de "antena" em relação aos fluxos internacionais de informações científicas e tecnológicas, contribuindo para focalizar processos de busca e para construir uma capacidade interna de absorção de tecnologia estrangeira. Para introduzir a discussão do caso brasileiro, é utilizado o conceito de sistema nacional de inovação (FREEMAN, 1988, NELSON, ed., 1993). Porém, para viabilizar um aproveitamento adequado desse conceito para os países em desenvolvimento, uma "tipologia" rudimentar e tentativa é sugerida. A luz dessa tipologia e utilizando dados para uma amostra de 46 países, é realizada uma avaliação do desempenfio dos sistemas de inovação imaturos na relação gastos em P&D/produção científica. Para averiguar o grau de utilidade da infra-estrutura científica para o processo industrial e tecnológico, um indicador é proposto: o indicador de aproveitamento de oportunidades (lAO) Esse indicador (calculado para os 46 países da amostra) será utilizado para avaliar as categorias de sistemas de inovação. Uma vez avaliado o desempenho agregado do setor científico dos sistemas "imaturos" (categoria que inclui o Brasil), a discussão volta-se para o nível das disciplinas científicas, buscando investigar a especialização científica brasileira, Essa especialização é a referência básica para a discussão de possíveis aproveitamentos de recursos científicos disponíveis na indústria brasileira. A discussão sobre o inter-relacionamento entre a ciência e as atividades produtivas no País é baseada em três importantes estudos diretamente relacionados ao tema: os trabalhos coordenados por Schwartzman (199 ), Coutinho, Ferraz (1994) eBiato( 1992) Este artigo está dividido em seis seções. Na próxima, é apresentada a tipologia