Sinase
Unidade 1 A democratização e o reconhecimento da infância e da adolescência Ementa: A história social da infância e da adolescência; concepções de infância e adolescência e a construção moderna da subjetividade; papel da escola e das modernas relações de trabalho na configuração histórico-social do conceito de adolescência; infância e adolescência como fenômenos socioculturais, portanto atravessados por questões de classe, raça e gênero. Estamos tão familiarizados com um mundo povoado por crianças que nasceram no seio de uma família nuclear, que brincam, vão à escola, jogam e sonham, que esquecemos que esta não é uma condição presente em todas as sociedades, grupos ou culturas. O apreço que desenvolvemos pela ideia de que os pequenos necessitam de cuidado e proteção, além do direito à brincadeira, à imaginação, à educação e à saúde, leva-nos a pensar que esta é uma forma natural e universal de tratamento a eles concedido, passando a caracterizar como descaso e negligência todas as situações em que tais cuidados não lhes são oferecidos. Neste capítulo pretendemos apresentar e desenvolver, por meio de exemplos, textos e vídeos explicativos, o argumento de que a infância e a adolescência não são simplesmente fenômenos naturais do crescimento biológico a partir do nascimento, mas caracterizam-se como fenômenos sociais1. Também vamos explorar as mudanças que esse fenômeno vem sofrendo nas últimas décadas, motivadas pelo processo internacional de (re)democratização e reconhecimento de direitos sociais das populações em situação de vulnerabilidade social. As experiências que definem “ser criança” e “ser adolescente” podem ser muito diferentes quando consideramos grupos sociais ou culturas diferentes, ou mesmo, em diferentes momentos históricos de um mesmo grupo social2. A forma como os pequenos se comportam, se percebem e são percebidos; os significados que levam uma criança a se