Sinalizador celular
A comunicação entre as células se baseia no reconhecimento de uma molécula sinalizadora (também chamada ligante) por uma proteína receptora. Vimos também que um sinalizador que seja uma molécula pequena e hidrofóbica pode atravessar a bicamada lipídica e ser reconhecido no citoplasma, ou mesmo chegar ao núcleo da célula. Já os ligantes hidrofílicos são reconhecidos por proteínas expostas na superfície da célula-alvo, desencadeando uma cascata de sinalização no citossol. Das três vias de sinalização desencadeadas por ligantes hidrofílicos. As proteínas parecem estar brincando de telefone sem fio, aquela brincadeira em que o primeiro da fila diz uma frase para o segundo, que repete para o terceiro e assim por diante até o último da fila repetir a frase inicial. Na brincadeira, o engraçado é a distorção da mensagem inicial; já na vida celular, a mensagem deve ser encaminhada sem erros para que o resultado final seja o esperado. A adenilciclase, uma vez ativada por proteína G, hidrolisa ATP de um modo especial, retirando dois fosfatos de uma vez só. O que sobra, o AMP (adenosina monofosfato), torna-se uma molécula cíclica, sendo chamado AMP cíclico (AMPc). Como todo mensageiro secundário, normalmente está presente em concentrações muito baixas no citoplasma das células. Assim, quando uma mensagem chega e é reconhecida por um receptor que ativa proteína G, que por sua vez ativa adenilciclase, que produz AMPc, a elevação súbita da concentração desse mensageiro é prontamente percebida pela célula. Muitas enzimas citoplasmáticas são ativadas por AMPc e reagem a esse pico de concentração. Para esse mecanismo funcionar bem, é preciso que a concentração de AMPc baixe tão rápido quanto subiu, assim, a célula poderá perceber o próximo sinal. A enzima responsável por isso é a AMPcfosfodiesterase, que faz com que a molécula fique linear (passando a se chamar AMP-5monofosfato), perdendo a função. Mas ela não vira lixo, não! Pode mais tarde receber