sinais e signos
Para discutir o que se entende por signo, em primeiro lugar, deve-se atentar para a sua diferença do conceito de sinal, como duas entidades distintas, embora interligadas. Por sinal, entende-se qualquer forma gráfica, sonora, geológica, astronômica etc. de assinalação, sem que para tal incorra qualquer relação com uma possível construção de significado. O sinal é uma entidade destituída de mecanismos para a construção de significados: relacionar os sinais aos estímulos, eventos não intencionais
Portanto, para que haja um signo é preciso que haja, no mínimo, o reconhecimento da possibilidade de construção de um significado. Mas esta entidade, antes de estar no lugar de alguma coisa, ou mesmo representá-la é um processo de encadeamento, no qual o signo leva à construção de um outro signo que se relaciona com o primeiro, e assim por diante em uma constante semiose. objeto, veículo e interpretante
O signo não é, portanto, uma entidade física e palpável, mas uma entidade abstrata, existente na consciência daqueles que compartilham uma mesma cultura, já que prescinde de uma característica relacional entre os transmissores e receptores destas entidades. Ao mesmo tempo em que é necessária a relação entre os envolvidos em um processo de comunicação para a existência do signo, é, igualmente, necessário que as instâncias de transmissão e significação sejam relacionadas
Então o signo pode ser entendido como entidade que permeia a vida humana, seja no processo de comunicação, seja na construção do conhecimento, em uma relação triádica entre suas três esferas (“Signo-objeto”; “Signo-veículo”; e “Signo-interpretante”). Como mencionado, o signo tem como peculiaridade a capacidade de se reproduzir ao infinito, em novos signos estando, portanto, ligado ao processo de comunicação pela sua própria necessidade de reprodução pela interlocução, na qual um signo produz outros, pela semiose, resultando do processo o que Eco (1980) chama de semiose