Favelização
Vamos começar explicando o que é uma favela. Segundo o Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE), é um conjunto constituído de, no mínimo, cinquenta e uma unidades habitacionais, sendo ocupado ou tendo sido ocupado até período recente, de propriedade alheia (pública ou não), dispostas de forma desordenada e densa e em sua maioria carentes de serviços públicos essenciais.
Entre 1903 e 1906, a cidade do Rio de Janeiro já tinha problemas seríssimos de falta de moradia e ainda assim não parava de crescer, ainda assim, o Prefeito Pereira Passos promoveu uma intensa reforma urbana, na qual foram demolidos vários imóveis para ampliação de vias e construção de “prédios modernos”. Além disso, o prefeito impôs novas e rigorosas normas urbanísticas que acabaram por inviabilizar os subúrbios para as classes mais pobres que foram desalojadas da área central da cidade. Para complicar ainda mais, os meios de transporte eram precários, obrigando a força de trabalho a residir próximo ao local de trabalho.
Porém, embora tenham sido formados bairros ditos operários, o aspecto geomórfico peculiar da cidade fez com que a divisão de classes por entre os diversos bairros da cidade fosse ligeiramente borrada. Assim é que observamos um grande número de favelas localizadas em bairros nobres da cidade. Contudo, só o ato de falar que alguém mora no morro e que outra pessoa mora no “chão”, por si só já é uma forma de divisão subentendida.
Outro motivo evidente pelo qual as favelas ou comunidades foram surgindo, foi por causa da falta de emprego. E um exemplo disso foi a extensão das linhas dos bondes, o que gerou vários empregos e fez com que diversos trabalhadores montassem pequenas moradias ao redor das linhas dos bondes. Porém, quando a obra acabou, diversas pessoas ficaram desempregadas e sem condições de se sustentar, o que fez com que elas tivessem de se alojar perto de onde trabalhavam, ou se mantivessem ao redor das linhas dos bondes.