Favelização
Notícias
Flávia Natércia
Fernando Petermann
As piadas, no entanto, não refletem a complexidade das controvérsias nas quais se apóiam.
“O prazer deriva do reencontro de uma situação familiar, como estar em casa ou voltar à infância”, compara Possenti. “O adulto não brinca com as palavras tão freqüentemente quanto as crianças e os humoristas”. No nível da linguagem, há diversas complexidades morfológicas, ortográficas, sintáticas, que as crianças cometem por experimentarem com um código não completamente assimilado; quanto aos adultos, ocorrem por distração, brincadeira, ironia, agressividade. Não é à toa que, desde Aristóteles, outra característica considerada distintiva do humor é o rebaixamento.
“Nesse caso, o riso brota de alguém que é feio, faz ou diz bobagens, tropeça, cai – um político que rouba, um filósofo que propaga incongruências”, explica
Possenti. Além do rebaixamento, é preciso haver algo de surpreendente. E à surpresa se acrescenta a genialidade, o talento que um indivíduo tem para forjar a relação surpreendente. “A própria operação gera um prazer estético no ‘receptor’ quando este acredita ter percebido o que o outro quis dizer”, conclui o lingüista.
do Brasil
A expansão das favelas iguala o perfil das grandes cidades
URBANISMO
Periferia e favelização avançam nas grandes cidades da América Latina
As condições de pobreza e desigualdade social na América Latina fazem com que 44% de sua população viva em favelas ou subúrbios com estrutura precária e condições mínimas de sobrevivência. Os dados, divulgados no início deste ano pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe
(Cepal), identificam a maior parte das favelas nas cidades, onde vivem três de cada quatro latino-americanos.
O estudo, intitulado “Pobreza e precariedade do habitat na América Latina”, mostra que a precariedade é maior nas
9
periferias das cidades do interior que, em sua maioria, não chegam a receber ajuda federal. Dos domicílios em bairros precários, 76% têm