Favelização - O Processo
O processo de favelização é decorrente, sobretudo, do processo de inchamento urbano ou macrocefalia urbana. Sendo o crescimento desordenado da cidade, sem o controle estatal, que contribui para a precarização das condições de vida na cidade e da incapacidade do Estado de oferecer condições estruturais para o atendimento das necessidades mínimas de boa parte da população.
Tal processo é consequência do êxodo rural, isto é, o processo de migração em massa da população que reside no campo para as cidades, em virtude do processo de concentração de terras no meio agrário e da substituição do homem pela máquina no processo produtivo agrícola.
Assim, muitas pessoas migram do campo para a cidade em busca de empregos e melhores condições de vida. Mas como essas pessoas, geralmente, não possuem mão de obra qualificada, tudo o que encontram são baixos salários ou filas de desempregados. Sem opção, essas pessoas se tornam marginalizadas na sociedade, tendo de recorrer à ocupação de áreas irregulares para garantir condições mínimas de moradia.
Tal dinâmica contribui, portanto, para o processo de segregação urbana e favelização, originando áreas que só ocupam destaques em páginas jornalísticas policiais e que são tratadas pelos gestores públicos como zonas de violência, e não como áreas para a realização de investimentos em infraestrutura ou remanejamento habitacional.
No final do século XIX, os primeiros assentamentos eram chamados de "bairros africanos". Estes eram os lugares onde ex-escravos sem terras e sem opções de trabalho ia morar. Mesmo antes da primeira "favela" passar a existir, os cidadãos pobres eram afastados do centro