sinais ginzburg
Morfologia e História. 1ª reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
BC PUC-RJ
Maria Aparecida dos Santos
EMENTA
O presente artigo trata do importante papel do paradigma indiciário no interior das ciências humanas e de sua estreita relação com a semiologia médica. O autor procura mostrar que assim como o médico produz seus diagnósticos observando, investigando os sintomas, assim muitos outros saberes indiciários produzem um conhecimento lendo e interpretando os sinais, as pistas e os indícios.
“Nestas páginas tentarei mostrar como, por volta do final do século XIX, emergiu silenciosamente no âmbito das ciências humanas um modelo epistemológico (caso prefira paradigma) ao qual até agora não se prestou suficiente atenção. A análise desse paradigma, amplamente operante de fato, ainda que não teorizado explicitamente, talvez possa ajudar a sair dos incômodos da contraposição entre “racionalismo” e
“irracionalismo”. (p 143).
Com este parágrafo Carlo Ginzburg inicia o artigo citado, que é dividido em três partes, I, II e
III em que as mesmas - visando uma melhor compreensão por parte do leitor – encontram-se subdivididas de acordo com o assunto tratado no interior de cada uma delas, (como ele frisa, neste parágrafo de abertura, o presente artigo tratará do surgimento de um modelo epistemológico no final do século XIX).
I.
(1)- “Entre 1874 e 1876, apareceu na Zeitschrift für bildende Kunst uma série de artigos sobre a pintura italiana. Eles vinham assinados por um desconhecido estudioso russo,
Ivan Lermolieff... Os artigos propunham um novo modelo para as atribuições dos quadros antigos, que suscitou entre os historiadores da arte reações contrastantes e vivas discussões. Somente alguns anos depois, o autor tirou a dupla mascará na qual se escondera (diz dupla máscara devido ao fato de o tradutor dos livros do suposto Lermolieff também se tratar do