Resenhas críticas guinzburg, carlos. mitos, emblemas, sinais: morfología e história. por maria da glória porto kok
977 palavras
4 páginas
R. História, São Paulo, n. 122, p, 165493, jan/jul. 1990.Resenhas Críticas
GUINZBURG, Carlos. Mitos, emblemas, sinais: morfología e história. Trad, de Frederico Carotti. São Paulo: Cia. das Letras 1989, p. 281.
Res. por Maria da Glória Porto Kok1.
"Os problemas não se resolvem passando-os para os outros". A. Warburg
As obras do historiador italiano Carlos Guinzburg sempre nos trazem boas surpresas. Em seu último livro Mitos, emblemas, sinais; morfología e história, uma coletânea de sete ensaios escritos na Itália entre 1961 e 1984, verificamos um transbordamento do campo da história, realizado com rara ousadia e luminosidade. Arquitetados de maneira clara e concisa, esses ensaios são frutos de problemas e reflexões que germinaram em seus trabalhos anteriores e persistem centrais até hoje na realização das suas pesquisas sobre o sabá. Na trajetória intelectual de Guinzburg notamos dois momentos diferentes. Um deles surge com a reconstituirão da vida do moleiro Domenico Scandella, o Menocchio, perseguido e condenado pela Inquisição. Trata-se aí de colocar em relevancia fenômenos aparentemente negligenciáveis em pesquisas históricas, tal como aparece em O queijo e os vermes (1976). O outro provém do trabalho Os andarilhos do bem (I benandanti, 1966). Ao estudar minuciosamente as crenças agrárias da região do Friul, norte da Itália, entre o final do século XVI e meados do século XVII, Ginzburg detecta uma desconcertante semelhança entre essas crenças e os ritos dos xamãs siberianos, apesar da distância espacial e temporal que os separa.
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Pós-Graduanda
em História Social, DH -FFLCH/USP.
R. História, São Paulo, a. 122, p. 165-193, jan/jul. 1990.
A necessidade de explicar essas homologías que ocorrem nas raízes subterrâneas da história levou Guinzburg a explorar a morfología: "Eu usava a morfología como uma sonda, para perscrutar uma camada inacessível aos instrumentos usuais do conhecimento histórico" (p.13), A conexão da morfología com a