Fichamento de "Mitos, Emblemas, Sinais" de Carlo Ginzburg
1 – Prefácio
A hermenêutica aplicada a textos literários e o gosto pelo detalhe revelador, orientaram o trabalho. Diálogo com sua experiência ao ler literatura na adolescência.
Estudo das feiticeiras surge dessas motivações e do desejo de demonstrar que um fenômeno irracional pode ser compreendido de forma racional, mas não racionalista.
- O encontro com a literatura ajudava a superar na pesquisa concreta a antítese ideológica entre racionalismo e irracionalismo.
- Nota semelhanças entre fenômenos distantes no espaço e no tempo. O que o leva a indagações de como trabalhar. Uma limitação da própria disciplina, coloca uma barreira intransponível. Diálogo com Lévi-Strauss. Mesmo que as questões tipológicas ou formais forram alheia ao território do historiador (Bloch), por que não analisa-las?
Esse desafio não foi realizado, mas sustentou trabalhos posteriores.
No segundo capítulo ele busca compreender o uso dos testemunhos como fonte histórica; e a permanência de formas e fórmulas para além do contexto em que nasceram.
- Posteriormente, busca reconduzir ao conhecimento histórico fenômenos negligenciáveis (Queijo e os vermes). Para isso, recorre a novos instrumentos e escalas, como em Sinais, onde explora a análise de perto e a visão microscópica. Leva em conta a sua genealogia intelectual (Spitzer, Adorno, Freud, Bloch).
- Críticas são freqüentes (dos outros e dele próprio), mas superáveis. Suas pesquisas trazem temas da periferia, para o centro do conhecimento histórico. Em “Sinais” surge a angústia de obstáculos não transponíveis: não sabia se ampliava ou reduzia o âmbito da disciplina, se preferia resolver as dificuldades ou criar novas.
- Retorno da correlação entre benandanti (andarilhos do bem) e xamãs, impõe uma dúvida: há uma relação histórica ou uma relação tipológica? Tudo isso pressupõe uma ampliação cronológica e o enfrentamento da relação entre conexões tipológicas e