importante
Existe, portanto, algumas implicações deste encontro de ideias. Moralmente a liberdade se relaciona com a responsabilidade. Sou livre e responsável pelas escolhas realizadas e qualquer tentativa de responsabilizar os outros pelas ações tomadas é querer me ausentar da responsabilidade e, consequentemente, da própria liberdade.
Politicamente e legalmente a liberdade não tem nada a ver com o cumprimento das leis, visto que as leis inevitavelmente violam a possibilidade de escolher e a possibilidade de construir para si mesmo as suas próprias regras. É por isto que a liberdade é vista, na tradição liberal e libertária, como ausência de coerção, ausência de coação. Ninguém deve ser coagido a agir ou a deixar de agir, ou seja, cada indivíduo pode construir para si as suas regras e realizar as suas escolhas, mas não pode obrigar outras pessoas a agir do modo que considerou correto para si mesmo.
Neste sentido, falamos que o conceito de liberdade é negativo e formal. É negativo porque uma pessoa não é coagida a fazer ou não fazer algo. É formal porque a ausência de recursos não constitui a ausência da liberdade de fazer. Como afirmado anteriormente, posso ter uma incapacidade, mas a minha livre vontade é livre. Posso desejar ter algo, mesmo que não tenha como tê-lo. Sou livre de desejar e minha capacidade de não ter não significa que não sou livre. Aqui é preciso estar alerta para não confundir liberdade negativa com oportunidade.