Simmel
RESENHA SOBRE AS GRANDES CIDADES E A VIDA DO ESPÍRITO, de Georg Simmel
O final do século XIX e o início do século XX foi uma época transitória, rodeada de mudanças, em que a Sociologia surge como uma prática científica com o objetivo de estudar elementos da sociedade conhecidos como fatos sociais.
A origem da vida moderna, marcada por intensas modificações socioeconômicas, caracterizou-se pelo surgimento de grandes cidades e, consequentemente, de uma forma diferente dos homens se organizarem e se relacionarem. Diante disso, Georg Simmel estabelece, talvez, uma nova forma de se explicar fatos sociais exclusivos das grandes cidades. A Sociologia urbana, como ficou conhecida a forma de enxergar a relação do homem com o todo nas grandes cidades, hoje já apresenta seguidores que a consideram muito mais do que uma subdivisão da Sociologia, mas uma nova forma de se explicar a modernidade, tendo como pressuposto a influência que as grandes cidades exercem sobre as outras de maior ou menor grau.
O viés científico de Simmel foi explicado em poucos textos, pois ele não chegou a criar uma obra como os conhecidos clássicos da Sociologia, mesmo que tenha vivido no mesmo período. Sua teoria, explanada em uma palestra e transferida para o papel, tornou-se explícita em “As Grandes Cidades e a Vida do Espírito”.
No texto encontram-se palavras proferidas por Simmel que buscam explicar os problemas do indivíduo diante a vida moderna, característicos das grandes cidades de sua época, em razão da concentração dos intelectuais e das principais empresas e indústrias – das “máquinas de fazer dinheiro” – e, consequentemente, de uma população bastante numerosa.
O caos das grandes cidades é o que cria, de acordo com Simmel, reações típicas de um ser tão carregado de impressões impostas pela vida cotidiana que, por consequência, volta-se para si. Ele passa a perceber o mundo a sua volta e a reagir a ele, sobretudo, com conhecimento, retraindo o seu lado