Sexualidade
De acordo com TIBA (1994), no início, trabalhava-se a sexualidade não porque se acreditava ser esta importante para o desenvolvimento integral do indivíduo, mas devido à preocupação de pais e educadores com o aumento do número de adolescentes grávidas e com a AIDS, que começava a “ameaçar” também os jovens. Os primeiros trabalhos de Educação Sexual eram voltados para o prisma biológico. Tanto que a aula de Ciências, tranquilamente, “dava conta” do que se acreditava ser um trabalho de Educação Sexual. Hoje todos sabem claramente que o entendimento biológico, apesar de importante, é insuficiente para a compreensão total do indivíduo. Hoje, a Educação Sexual é indiscutível e nenhuma escola para adolescentes deixa de abordá-la. A questão, agora, não é decidir se trata ou não do assunto, mas, sim, de saber como lidar com ele. Em algumas escolas, o assunto é tratado em aulas de convivência, nas quais são discutidos temas que não fazem parte do currículo: sexo, drogas, afeto, etc. Muitas vezes, a participação nem é obrigatória. Mas ainda estamos muito longe do ponto ideal. O aspecto reprodutivo ainda predomina, e todos nós sabemos que o que mais interessa aos adolescentes é o outro lado, ou seja, o do prazer. No entanto, todos sabem que o entendimento biológico, apesar de importante, é insuficiente para a compreensão total do indivíduo. E, com isso, a leitura dos aspectos emocionais, socioculturais, históricos, entre outros, torna-se fundamental quando pensamos em trabalhar a educação sexual.
Os PCN (1998) citam que a Orientação Sexual deve ser abordada de duas formas: a) dentro de uma programação, por meio dos conteúdos, ou seja, transversa -lizados nas diferentes áreas do ensino; b) extra programação, sempre que surgirem questões relacionadas ao tema. Não se trata, portanto, de criar novos conteúdos, e sim, desvendar a dimensão da sexualidade em geral, oculta ou estereotipada nos conteúdos específicos de cada disciplina.
Mas, afinal, o