Setor Farmaceutico
O setor farmacêutico, de maneira global, tem se destacado como uma das mais inovadoras entre os setores produtivos, com empresas multinacionais de grande porte capazes de estimular e incorporar aos seus produtos os principais avanços de ponta, ocorridos nas ciências biomédicas, biológicas e químicas.
A capacidade de inovação do setor coloca suas empresas entre as mais rentáveis, posição a qual tem sido defendida de forma agressiva por meio da criação ou manutenção de barreiras de entrada, principalmente pelo uso extensivo dos direitos monopólicos do período de patente, do processo de reestruturação empresarial – mediante fusões e aquisições –, e do crescente rigor, referendado pelos órgãos regulatórios nacionais ou supranacionais, nas exigências sanitárias, na qualidade das instalações e na confiabilidade dos produtos.
O mercado brasileiro não se comporta de modo diferente, sendo possível observar as mudanças que vem sendo executadas. Apresentaremos um panorama do setor, focando as aquisições e fusões por meio de dois casos de empresas nacionais e internacionais.
PANORAMA DO SETOR
A indústria farmacêutica mundial é composta por mais de 10 mil empresas, sendo que as maiores multinacionais exportadoras estão sediadas na Suíça, Alemanha, Grã-Bretanha e Suécia, enquanto os Estados Unidos são, ao mesmo tempo, o maior produtor e consumidor desse mercado. As oito maiores empresas contribuem com cerca de 40% do faturamento mundial em um processo de concentração crescente.
Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) [Magalhães et alli (2003)], a concorrência entre os grandes laboratórios multinacionais intensificou-se, na década de 1990, em razão dos custos crescentes de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) de novos medicamentos e do avanço dos medicamentos genéricos nos principais mercados mundiais. Isso ocorreu paralelamente à ampliação dos mecanismos públicos e privados de regulação da indústria farmacêutica,