A cr tica moral em Nietzsche e Foucault
Profa. Verónica Gomezjurado Zevallos e Profa. Jaqueline Stefani
Vivemos em sociedade e nela temos de seguir regras e costumes. Aí se dá a moralidade. Mas, essas normas que regram nossa vida em sociedade, estão baseadas em princípios que tem validade universal ou são frutos de um determinado contexto? Portanto, o que está na base das normas sociais é perene ou passageiro? É possível um regramento social baseado em princípios universais? Ou, se considerarmos que não existem princípios universais, o que justifica que determinadas normas sejam válidas num contexto específico?
Sob essa perspectiva, pensemos um pouco sobre as relações de poder na sociedade: as regras e costumes são seguidos por convencimento de que são válidos para o bem viver ou por que há estruturas de poder que impõe determinadas normas como necessárias? Não pense apenas nas leis, mas pense especialmente nas normas que se mantêm mesmo de forma tácita (tal como é o caso de muitos costumes familiares). Que relação existe entre moral e poder?
1. A crítica à moral em Nietzsche
Nietzsche (1844–1900) foi um crítico da tradição filosófica, religiosa e científica. O autor dedica dois livros especialmente à temática da moral: em Além do bem e do mal (1886) como em A genealogia da moral (1887). A partir destes textos pode-se perceber que
Nietzsche propõe que os estudos históricos da moral adquirem importância decisiva através da criação de novos valores. A crítica à moral vai contra as normas criadas na modernidade.
Nietzsche coloca em dúvida a crença em qualquer moral:
Necessitamos de uma crítica dos valores morais, o próprio valor desses valores deverá ser colocado em questão: para isso é necessário um conhecimento das condições e circunstâncias nas quais nasceram, sob as quais se desenvolveram e se modificaram (moral como consequência, como sintoma, máscara, tartufice, doença, mal-entendido; mas também moral como causa, medicamento, estimulante,
inibição,