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Conforme defende Malan, o papel do Estado deveria ser deixado em segundo plano, em prol de uma postura que deveria limitar-se apenas à de regulador.
"É uma nostalgia dos anos 50 a idéia de que é o Estado que vai promover o desenvolvimento, através do gasto público, mandando a conta para sociedade através do imposto inflacionário, do endividamento que recai sobre gerações futuras, ou de impostos que caiam sobre gerações presentes. É nesse sentido que eu acho que o nome do jogo aqui é o aumento da poupança privada e a redução da despoupança pública, como tenho chamado a atenção há algum tempo" (Malan, 1999).
Franco é mais enfático quanto ao papel que o setor público deveria desempenhar nos anos 90:
"... o setor público não terá muita capacidade de originar investimentos como teve nos anos anteriores a 1983. A responsabilidade pelo crescimento nos anos a seguir deverá recair predominantemente sobre o setor privado" (Franco, 1999, p. 62).
No entanto, essa visão não era compartilhada por diversos autores que discordavam da política de abandono dos investimentos estatais em prol da iniciativa privada. Logo, o Estado passaria a simples subordinado dos interesses corporativos e aos interesses do sistema financeiro internacional. O monopólio estatal seria substituído pelos oligopólios privados, estes com o objetivo principal de recuperar o valor pago nas privatizações e, em muitos casos, adotando políticas próprias que confrontavam os objetivos que o setor público