Seso
Durante quase três séculos, aproximadamente três milhões de escravos. foram trazidos para o Brasil pelos portugueses de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra nas plantações de açúcar nos engenhos no século XVI. Os negros eram trazidos nos porões de navios, em péssimas condições e muitos não conseguiam chegar vivos no Brasil e os corpos eram lançados em alto mar. Quando chegavam ao Brasil eram comercializados nos mercados para trabalhar na lavoura, mineração, pecuária ou em trabalhos domésticos. Passavam as noites acorrentados na senzala para não fugirem e eram castigados constantemente.
Os escravos eram proibidos de praticarem sua religião, de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, para manterem sua cultura.
Alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade, com a carta de alforria. Os senhores e os escravos faziam um acordo informal estipulando preço e tempo de pagamento da carta. Ao longo dos anos, o escravo ia abatendo através de seu trabalho o valor em prestações.
Os negros reagiram à escravidão, queriam ser livres e ter uma vida digna. Constantemente eles fugiam para as matas para viverem livres, formando os quilombos. Os quilombos eram comunidades, onde eles podiam viver em liberdade, praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos.
Um dos quilombos mais conhecidos da história brasileira foi Palmares, instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas. Sendo um local de refúgio para os fugitivos, eles procuravam locais de difícil acesso que impedissem uma possível recaptura. Os quilombos também eram estrategicamente próximos de algumas estradas onde poderiam realizar pequenos assaltos que garantissem a sua sobrevivência. Não sendo abrigo apenas de escravos, os