Serviço social é trabalho ou não é trabalho?
Há uma linha divisora de opiniões entre os que acreditam que o serviço social é trabalho e possui processos de trabalho e os que acreditam que o serviço social não é trabalho e, portanto não possui processos de trabalho. Essa é uma das maiores discussões a cerca da profissão, há uma divergência dentre os próprios profissionais e estudiosos, entre os que classificam o serviço social como trabalho e os que não classificam a profissão nesta categoria. Segundo os estudos realizados por Marx, o trabalho é a relação entre o homem e a natureza, a transformação da natureza pela ação do homem. A transformação da natureza, isto é, o trabalho, de acordo com Marx (1983) se realiza através de processos de trabalho que possui componentes fundamentais: a força de trabalho que possui um fim, um objeto ou matéria-prima e os meios ou instrumentos. Torna-se evidente que o trabalho é fundante do ser social e através dele o homem evolui e adquirem novas capacidades e habilidades, entretanto, o que se questiona é se o serviço social é ou não trabalho, isto é, se os profissionais de serviço social transformam a natureza através de sua intervenção profissional.
Partindo de um argumento fundamentado em Lessa, no qual considera o Serviço Social como não trabalho, o mesmo elenca que não há transformação da natureza, pois o Serviço Social não dispõe dos bens materiais necessários a reprodução social. Faço a seguinte colocação, considerando a afirmação da autora Graneman, onde ela diz que o Serviço Social é trabalho, uma vez que através de sua ação interventista ocorrerá a transformação da natureza, sendo sua pratica entendida como processo de trabalho que possui como objeto as múltiplas expressões da questão social. Desta maneira o objeto da profissão é construído e reconstruído no cotidiano em que o olhar do profissional sobre a realidade e sua capacidade de não se limitar a demanda institucional ou social será seu ponto máximo a esse