pontos de convergência e de diferenciação dos autores estudados na disciplina em relação a apropriação das categorias “trabalho” e processo de trabalho” para pensar o Serviço Social.
· Sergio Lessa
O trabalho é a atividade fundante do ser social, é o movimento de transformação da natureza, do indivíduo e da sociedade a partir de uma prévia ideação, ou seja, da construção na consciência do homem de um resultado provável para alguma ação. Ao transformar a natureza o homem está transformando a si mesmo e o mundo a sua volta, pois agora possui conhecimentos e habilidades que não tinha antes. A cada situação criada surge uma nova necessidade, uma nova possibilidade, novos processos de trabalho e isso faz com que o ciclo se repita, fazendo com que a ideação inicial satisfaça muito mais do que a necessidade concreta e imediata daquele indivíduo, mas se estende para um novo conhecimento que servirá para todos futuramente, fazendo com que a sociedade se torne cada vez mais desenvolvida e complexa. Para o autor o trabalho não implica no desaparecimento da natureza, mas na sua transformação no sentido desejado pelo homem, a partir de então surge o trabalho coletivo e logo em seguida a produção excedente e a complexificação das forças produtivas, logo ao invés do trabalho somente satisfazer as necessidades do homem, agora passa a satisfazer as necessidades de uma classe dominante, passando a ser desenvolvido somente por uma classe. Assim a sociedade passa a ser dividida em classes, onde o trabalho agora só pode ser realizado se houver um poder que obrigue os indivíduos a produzirem e entregarem o fruto do seu trabalho a outra classe, fazendo com que o trabalho se torne uma relação de poder entre os homens. Surge a partir daí os complexos sociais - onde para o autor se encontra o Serviço Social como um complexo de ideologia - para atender as novas necessidades e possibilidades postas pelo trabalho e para o desenvolvimento do homem, mas que não é a relação