Serviço Social e Emancipação Humana
Existe um processo de "naturalização" segundo o qual, as "expressões da questão social" fazem parte de qualquer ordenamento social e seu enfrentamento deve se reduzir à reforma moral do homem e da sociedade, sem tocar nos fundamentos da ordem do capital, preservando, em especial, a propriedade privada dos meios de produção.
Nas últimas duas décadas ocorreu um esforço imenso do Serviço Social brasileiro em afirmar que o "projeto ético-político" vincula-se "ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia ou gênero". A constatação do não equacionamento da questão social e os limites das políticas sociais na ordem do capital não justificam uma ação profissional que pare nos marcos da "emancipação política" e na luta pela "cidadania burguesa". Muito menos provoque uma "inércia profissional conservadora".
Uma opção político-profissional se faz necessária! É tempo de somar esforços à luta geral dos trabalhadores e de construir uma ação profissional comprometida com a construção de outra ordem societária para além da barbárie, mesmo sabendo dos limites impostos pela reificação das relações sociais. A dinâmica da "produção material da vida" na ordem do capital, precisa ser aprofundada e apresentada aos trabalhadores usuários. Um primeiro movimento básico é conhecer a realidade e debatê-la. Trata-se da formação! Em uma unidade, o movimento posterior engendra escolher formas de prática social que contribua para a organização e articulação dos usuários trabalhadores, para que se apropriem das contradições que surgem desse sistema: questão social,