Serviço Social e as classes subalternas
As possibilidades de vinculação do Serviço Social ao movimento de construção de uma perspectiva pedagógica emancipatória pelas classes subalternas são entendidas pelas condições sócio–históricas e político-ideológicas, assim, acaba sendo criado um projeto profissional identificado com os interesses das citadas classes. Esse processo ganha corpo nos marcos da deflagração do Movimento de Reconceituação, como forma de enfrentamento da crise profissional que se acentua a partir dos anos 60. Esta crise, é profundamente marcada pelas lutas sociais e processos revolucionários intensificados nas décadas de 50 e 70. As lutas profissionais são revitalizadas no final dos anos 70, quando, em termos mundiais, as bases da sustentação do chamado Welfare State avançam em seu processo de esgotamento, e consolidam-se as saídas capitalistas sob a orientação neoliberal.
A crise profissional define-se, portanto, pelas contradições presentes no processo de desenvolvimento do Serviço Social, por um lado, a negação das bases conservadoras da profissão frente às demandas e necessidades das classes subalternas e a necessidade de superação das referidas bases mediante construção de um projeto profissional vinculado às forças progressistas no movimento de formação de uma nova ordem social.
No contexto da crise profissional a partir dos anos 70 situam-se os esforços da perspectiva da construção de uma pedagogia emancipatória no âmbito do Serviço Social, em que se destaca o amplo movimento da Teologia da Libertação, desencadeado, principalmente no interior da igreja católica, como uma das mediações mais significantes desse processo.
A Teologia da Libertação busca estabelece uma relação entre cristianismo e marxismo, realizando uma crítica sobre as relações de exploração e dominação inerentes, à sociedade capitalista conclamando os cristãos a aderir à luta pelo socialismo no continente.