Serguei Eisenstein e a Montagem Soviética
O filme não tem pretensão de reconstituir uma greve especifica, e sim retratar o sentimento do proletariado, quanto às explorações sofridas nas fábricas, trazendo para a luz esse momento de autoconsciência da classe trabalhadora. Pra impactar o expectador, Serguei usava o seu “cine-punho”, que na intenção de provocar repulsa, usava representações caricatas dos patrões capitalistas e seus lacaios. Os operários por sua vez, são retratados em massas, quando em menor quantidade, a representação é naturalista, de uma gente simples e oprimida.
A continuidade narrativa de A greve fica por conta da exploração de motivos geométricos, como círculos - que são freqüentes - e também do elemento água, que vai inicialmente de plácida e espelhada, até furiosa, onde é utilizada como objeto de opressão e dispersão de massas que buscavam a revolução.
Ainda em 1925 Serguei Eisenstein lança “O encouraçado Potemkin”, que traz uma clara evolução do diretor quanto à continuidade temporal e espacial. Aqui, são usados objetos de cena em destaque, para pontuar a trama.
Com exploração mais individualizada das personagens, Serguei afirma suas técnicas de montagem, e traz um filme impactante com momentos de emoção latente, deixando clara a constante busca do diretor na representação, da energia que move as massas nas revoluções.
Em 1927, temos Serguei mais maduro no longa “Outubro”, uma encomenda governamental, para a comemoração dos dez anos da revolução da classe operária, e a tomada do Palácio de Inverno, marco histórico ocorrido em outubro de 1917. A narrativa foi dividida então, em dois momentos: Processo de acontecimentos que conduzem até o vinte e cinto de outubro, e o grande dia da tomada do palácio.
Em Outubro, Eisenstein abusa da sua montagem de