aluno
A discordância entre os diversos cineastas e seus métodos foi o que possibilitou a pluralidade de obras cinematográficas que dispomos atualmente. A diferença de opiniões sobre o fazer cinema, e até mesmo sobre o que consistiria o cinema como arte, possibilitou a criação de diversas teorias que hoje nos guiam para entender o desenvolvimento cinematográfico e o descobrimento de suas técnicas através do tempo. As divergências de pensamento entre Andrei Tarkovski e Sergei Eisenstein, por exemplo, geram um bom material para estudo sobre as diversas possibilidades de se dirigir um filme e como desenvolvê-lo. Ambos com o nome marcado na história do cinema e com inegável prestígio, Tarkovski e Eisenstein têm diferentes concepções sobre montagem, ritmo e tempo no passar do filme. Essas diferenças serão destacadas e depois projetadas sobre o filme de Eisenstein, Alexander Nevsky.
Tarkovski: ritmo e fluxo temporal.
As colaborações de Andrei Tarkovski para o cinema são evidentes. O diretor de A Infância de Ivan e O Sacrifício fez contribuições importantes para o desenvolvimento do cinema e boas observações sobre a montagem dos filmes e seu fluir. Tarkovski era contra o cinema de montagem e tinha duras críticas sobre seus adeptos, muitas dessas críticas voltadas ao modelo de montagem usada por Eisenstein. O tempo no desenrolar do filme era questão importante para Andrei, que colocou em xeque aspectos considerados essenciais para imprimir tempo ao filme por diversos cineastas da época. O cineasta observou até, que funções entendidas majoritariamente como de primeiro plano poderiam ser suprimidas sem atrapalhar a qualidade do filme e sua passagem dinâmica. Tarkovski defendia que a essência do filme deve existir em si mesma e não ser criada a partir da montagem final.
O fluxo temporal era questão essencial para Tarkovski, esse ponto é o que garantiria o aspecto dramático na película e conceberia o nascimento do filme como obra de arte, entretanto a passagem