“Sepultamento” do capítulo xxiii
“Sepultamento” do Capítulo XXIII
No presente artigo, será elaborada uma análise do surgimento do pauperismo e do termo “questão social”, posteriormente um diálogo entre o capítulo XXIII de “ O Capital” de Karl Marx e autores, mais precisamente os franceses Pierre Rosanvallon e Robert Castel, que defendem o surgimento de uma “nova questão social” a partir da década de 1970. Pressupondo análise de perspectiva crítica, partilhada por Marilda Iamamoto, para se avaliar a possível “morte” do supracitado capítulo, ou seja, das idéias de Karl Marx.
No contexto europeu, em meados do século XIX, ocorreu uma onda de ascensão do capitalismo, observou-se uma mudança no metabolismo social deste modo de produção graças a transição da primeira para segunda Revolução Industrial.A proposta deste artigo não é a de explicar esta ascensão, mas sim suas consequências na vida do novo trabalhador industrial. Na história até então nunca a produção de riquezas foi tão elevada, porém ela não é desmembrada, por isso concomitantemente há uma elevação da miséria, fenômeno este conhecido como pauperismo. Armand Mellun, acessor conservador do rei da França, tece o termo “questão social” no sentido de amenizar o pauperismo, para se ter um continuísmo do status quo visto que era uma época de agitação social. A burguesia, antes revolucionária, no século XIX mostra todo seu potencial explorador sobre os despossuídos dos meios de produção.
Alei geral da acumulação capitalista, assim denominada por Marx, nos permite entender o processo do pauperismo antes citado, pois explica que o objetivo principal da produção capitalista não é atender as necessidades dos homens e sim obter lucro. “Produção de mais-valia ou geração de excedente é a lei absoluta desse modo de produção”(K.Marx). Para se ampliar o sistema de produção de