Separação entre politica e etica
O filosofo italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527) é considerado o fundador do pensamento político moderno, uma vez que desenvolveu sua filosofia política em um quadro teórico completamente diferente do que se tinha ate então.
Como vimos, no pensamento antigo a política estava relacionada com a ética e na Idade Media , essa idéia permaneceu, acrescida dos valores cristãos. Ou seja, o bom governante seria aquele que possuísse as virtudes cristãs e as implementasse no exercício de poder político. Maquiavel observou, porem, que havia uma distancia entre o ideal de política e a realidade política de sua época. Escreveu então o livro O príncipe (1513-1515), com o propósito de tratar da política tal como ele se da, ou seja, sem pretender fazer uma teoria da política ideal, mas, ao contrario, compreender e esclarecer a política real.
Dessa forma, Maquiavel afastou-se da concepção idealizada de política. Centrou sua reflexão na constatação de que o poder político tem como função regular as lutas e tensões entre os grupos sociais, os quais, em seu entendimento, eram basicamente dois: o grupo dos poderosos e o povo. Essas lutas e tensões existiriam sempre, de tal forma que seria ilusão buscar um bem comum para todos.
Mas se a política não tem como objetivo o bem comum, qual seria então o seu objetivo?
Maquiavel respondeu: a política tem como objetivo a manutenção do poder do Estado. E, para manter o poder, o governante deve lutar com todas as armas possíveis, sempre atento às correlações de forças que se mostram a cada instante. Isso significa que a ação política não cabe nos limites do juízo moral. O governante deve fazer aquilo que, a cada momento, se mostra interessante para conservar seu poder. Não se trata, portanto, de uma decisão moral, mas sim de uma decisão que atende à lógica do poder.
Os fins justificam os meios
Para Maquiavel, na ação política não são os princípios morais que contam, mas os resultados. É por isso que,