Senso comum
Partindo da ideia de que os desenvolvimentos sócio-económicos, políticos e teóricos são susceptíveis de ser analisados cientificamente, foi-se constituindo, desde os sécs. XVII, XVIII e XIX, um saber especializado nas ciências sociais, assente na reflexão teórica e na observação empírica.
1.1- A influência do senso comum nas ciências sociais
As ciências sociais confundem-se com o senso comum já que, para além da inexistência de códigos e instrumentos específicos, todos os indivíduos procuram orientar e racionalizar as suas acções dentro de uma determinada estrutura social, verificando-se assim a dificuldade de eliminar aspectos subjectivos na análise do cientista.
Contrariamente aos factos físicos, os factos sociais são sempre interpretados por uma consciência participante do mundo social, o que torna necessário uma análise sociológica das representações colectivas do quotidiano.
2- Natureza e cultura - as interpretações naturalistas
É usual nas interpretações comuns dos factos sociais atribuírem-se causas físicas ou biológicas, isto é, naturais, a determinados padrões de comportamento. Esta tendência coloca a questão da relação entre a natureza e os diversos contextos sociais do homem.
Contudo, as interpretações naturalistas, que preconizam a evolução da realidade social de acordo com um determinismo biológico, têm sido desmentidas pelas investigações nos domínios da antropologia, sociologia e história, que põem em evidência a importância dos contextos sócio-históricos dos fenómenos.
A sociobiologia pressuponha ter o comportamento social uma base biológica, aplicando por isso teorias biológicas, fundamentadas nos cânones darwinistas, á formação dos contextos sociais. Porém, a extrapolação dos limites do mundo animal é duvidosa quando esses pressupostos são aplicados ao comportamento humano.
2.1- A interpretação das ciências sociais
Já as ciências sociais afirmam uma relação entre as condicionantes biológicas e a sua