Sensacionalismo
Pode considerar-se o sensacionismo como uma subcorrente dentro do Modernismo que se caracteriza, essencialmente, “pela “exuberância abstracto-concreta das imagens”, a “riqueza de sugestões na associação” das mesmas, a “profunda intuição metafísica” e a “associação de ideias desconexas””. Os poetas da “Geração de Orpheu” que aderiram ao sensacionismo substituíram a lírica tradicional pela poesia derivada de uma espécie de mecânica intelectual (…).
In http://www.citi.pt/, site da Universidade Nova de Lisboa, F.C.S.H. (excerto)
“(…) vou agora dizer o mais claramente possível, e em poucas palavras, qual é a atitude central do Sensacionismo.
1. A única realidade da vida é a sensação. A única realidade em arte é a consciência da sensação.
2. Não há filosofia, ética ou estética, mesmo na arte, seja qual for a parcela que delas haja na vida.Na arte existem apenas sensações e a consciência que delas temos. Seja qual for o amor, alegria, dor, que existam na vida, na arte são apenas sensações; em si próprias, nada valem para a arte. Deus é uma sensação nossa (pois uma ideia é uma sensação), e na arte é usado apenas para exprimir certas sensações – como reverência, mistério, etc. Nenhum artista pode crer ou deixar de crer em Deus, assim como nenhum artista pode sentir ou deixar de sentir amor, ou alegria, ou dor. No momento em que escreve, crê ou descrê, consoante o pensamento que melhor lhe permite obter consciência da sua sensação naquele momento e dar-lhe expressão. Passada essa sensação, tais coisas tornam-se para ele, como artista, meros corpos de que a alma das sensações se reveste para se tornar visível à visão interior que lhe permite registar as suas sensações.
3. A arte, na sua definição plena, é a expressão harmónica da nossa consciência das sensações; ou seja, as nossas sensações devem ser expressas de tal modo que criem um objecto que seja uma sensação para os outros. A arte não é, como disse Baeon, “o homem acrescentado à Natureza”, é a