SENHORA
Dados biográficos do autor – José de Alencar
Alencar pretendeu criar uma obra que cobrisse o Brasil de norte a sul, do litoral ao sertão. Por causa disso, seus temas abrangeram o regionalismo, o indianismo, a história e a vida urbana. Nacionalista por excelência tentou formar um painel histórico do Brasil e da sociedade em que viveu.
O mais representativo escritor romântico de nossa literatura tem em alguns romances, como no caso de Senhora, traços incipientes do Realismo, principalmente quando tentou fazer análise psicológica e crítica social aos desvios dos valores burgueses. Seu nacionalismo está ligado, também, ao uso da linguagem: recheou seus romances de vocábulos indígenas e abandonou a sintaxe rigorosa dos lusitanos, justificando a atitude em suas obras, como a Senhora.
Quando ao estilo, Alencar também se mostrou bem romântico: vocabulário rico, descrições detalhadas, em especial da natureza, gosto por metáforas e comparações, idealização de heróis e heroínas, entre outras características. Por outro lado, arriscou também com algumas inovações no emprego do tempo com flashbacks, quebrando a linearidade rigorosa da história, detalhe presente em Senhora.
Senhora - Romance urbano O romance enquadra-se na categoria de romance urbano que trabalha temas ligado ao cotidiano pondo em discussão certos problemas e valores vividos pelo próprio público de então, ver o seu mundo retratado nos livros era uma novidade excepcional. José de Alencar incluiu esses problemas em seus livros, analisando as intrigas amorosas, chantagens, amores impossíveis, peripécias de maneira profunda e consistente.
Estrutura da obra FOCO NARRATIVO - Narrado em terceira pessoa, por um narrador-onisciente e intruso, o forte do romance é a observação de detalhes exteriores, que iluminam a personalidade e os lances da vida.
A psicologia dos personagens e a mistura do romanesco e da realidade fazem desse romance um belo exemplo de literatura romântica no qual se podem