Senhora

Resgate
Primeira parte ; Baile em São Clemente .
Começa a tocar uma musica ambiente. Aurélia desfila pelo salão, conversando com o pessoal, bebendo uns drinques. Logo chama seixas, envolve-se me uma manta, dão os braços e se direciona ao carro. Senta-se concertando a saia do vestido e dar lugar ao marido.
Aurélia: que linda noite! (encosta a cabeça e olha para o céu tocando o cabelo no ombro de Seixas). Como brilha aquela estrela!
Seixas; qual? (inclina-se para olhar)
Aurélia: ali por cima do muro, não vê?
Seixas: (acena com a cabeça que não) Aurélia: (segura a mão do marido e aponta) Seixas: é verdade.
Aurélia: não sei que tem o luzir das estrelas! E uma coisa que notei desde menina. Sempre que fico assim a olhar para elas e a beber os seus raios sinto uma vertigem, que me dá sono. Quem sabe a luz que elas cintilam, não embriaga? Parece-me que bebi um cálice de champanhe, mas feito do sumo daqueles cachos dourados que lá estão no céu.
Seixas: então foi de ambrosia, que é a bebida dos deuses.
Aurélia: mas fora de graça? Que sono me fez! Será cansaço?
Seixas: talvez dançou tanto!
Aurélia: pois reparou?
Seixas: que queria que eu fizesse?
Aurélia: não posso mais! Estou tonta! (deita-se no colo do marido e adormece). Fernando faz cara de pensativo. O carro para e Aurélia acorda se concertando para seixas descer e lhe oferecer a mão.
Aurélia: nunca me sentir tão fatigada! Creio que estou doente.
Seixas: não devia ter ficado até tão tarde!
Aurélia: dê-me seu braço!
Seixas: esta realmente incomodada?
Aurélia: estou doente, muito doente! (com um sorrisinho)
Seixas: é uma enfermidade muito grave, não é? Que ataca-lhe todas as noites e a deixa sem sentidos por muitas horas? Chama-se sono.
Aurélia: não sei, nunca a tive.
( seixas para na porta)
Aurélia: leve-me que eu não posso comigo.
Seixas a leva até o divã e debruça-se sobre Aurélia. Aurélia se endireita arrumando a roupa e faz sinal pedindo ao marido para se sentar. Seixas senta a olha e